sábado, 1 de junho de 2013

Preconceito não tem lugar no Espiritismo!




Ontem a noite, mais especificamente às 0:00hrs, eu estava ouvindo o programa "Prelúdio de Paz" apresentado por Djalma Santos  pela Rádio Rio de Janeiro. O alvo dos estudos dessa madrugada era obsessão, baseado no livro de Djalma Santos "Aprendendo a Viver". O programa transcorria bem até que Djalma começou a enumerar as condutas que levam a obsessão espiritual. Entre essas condutas ele foi claro ao dizer HOMOSSEXUALIDADE, e ele "aconselha" que o homossexual "renuncie de sua opção" para estar livre das influenciações espirituais. 

Mas aí eu, que até ontem, ouvia o programa "Prelúdio de Paz" me perguntei: Como pode um espírita falar isso em rede nacional de rádio, com centenas de ouvintes o ouvindo? Será que ele não pensa que estas palavras dele apenas disseminam o preconceito contra os gays dentro do movimento espírita? Preconceito que temos lutado para combatê-lo. Será que ele não pensa que pode levar os homossexuais que estavam ouvindo o programa, e que ainda não se aceitam, a se sentirem como perturbados espirituais e os levarem ao crime hediondo do suicídio? Será que ele não pensa que os homossexuais espíritas e simpatizantes da Doutrina que ouviram aquelas palavras podem se sentirem diminuídos ou se sentirem como faltosos com a Espiritualidade Maior por causa da sua condição evolutiva?

Bem o que falta, ao meu ver, ao nobre confrade Djalma Santos é estudo da obra kardequiana e das obras mediúnicas complementares. Ele que inicia o programa comumente com mensagens de Joanna de Ângelis. Ele deveria saber como esta Amiga Espiritual se posiciona sobre o tema. Na obra "Constelação Familiar", psicografada por Divaldo Franco, Joanna de Ângelis afirma que quando os pais percebem ou descobrem que seu filho ou filha é homossexual "(...) devem examinar com espontaneidade sobre o significado da ocorrência, orientando o filho ou a filha para comportamentos saudáveis de respeito a si mesmo e ao grupo social, sem deixar que se lhes instalem conflitos, perfeitamente evitáveis.". Joanna de Ângelis ainda diz que não se deve considerar a homossexualidade como "uma infelicidade ou punição divina, como era normal nos redutos onde predominava ou remanesce a desinformação. A problemática não é de natureza homo ou heterossexual, mas sim moral, colocando acima da opção a conduta de cada qual na maneira correta de conduzir a existência."

E se Djalma ainda insiste em dizer que a homossexualidade conduz a obsessão espiritual, Joanna de Ângelis ainda diz na mesma obra (Constelação Familiar) que cabe "a cada um exercer a sua sexualidade conforme a sua constituição emocional, dentro dos padrões de dignidade e harmonia pessoal." Veja bem se a Benfeitora Espiritual diz que cada indivíduo deve "exercer a sua sexualidade conforme a sua constituição emocional, dentro dos padrões de dignidade e harmonia pessoal" como pode o homossexual exercendo sua sexualidade e afetividade se tornar vítima de obsessões espirituais. Isso só irá ocorrer, como irá ocorrer com o héterosexual, se ele sair dos "padrões de dignidade e harmonia pessoal" se entregando a promiscuidade. 

E aí em quem acreditar em Djalma Santos ou em Joanna de Ângelis, Espírito nobre que desempenha importante missão evangélica junto ao Cristo de Deus?

E se Djalma ainda insiste em dizer que a homossexualidade leva o indivíduo a influenciação dos espíritos menos evoluídos, eu pergunto será que ele já leu a questão 459 de 'O Livro dos Espíritos'? Kardec pergunta aos Espíritos Superiores: "Influem os Espíritos em nossos pensamentos e em nossos atos?" E os Espírito Superiores respondem: "Muito mais do que imaginais. Influem a tal ponto, que, de ordinário, são eles que vos dirigem." Então sendo homossexual ou não TODOS estamos sujeitos a influências espirituais, boas ou ruins, porque os Espíritos são claros quando dizem que de "(...)ordinário, são eles [os Espíritos] que vos dirigem." Tudo é sintonia, como nos ensina o Amigo Espiritual André Luiz. 

Então Acho que o confrade Djalma Santos deveria se aprofundar mais nos estudos da Codificação Kardequiana e da obra complementar a ela para não proferir palavras desamorosas e que podem levar nossos irmãos e irmãs que estagiam nessa vida na condição de homossexuais, condição evolutiva para o seu progresso moral, intelectual e espiritual como Espírito imortal. Oremos para que Jesus e os Espíritos amigos possam iluminar mentes como estas que disferem palavras baseadas em seus preconceitos pessoais, para que elas mudem seus conceitos e abandonem seus preconceitos e possam se revestir do "homem novo, criado segundo Deus" (Efésios 4:24, Bíblia de Jerusalém) que nos diz Paulo de Tarso em sua carta aos Efésios e assim cumprir a recomendação paulina de que "não saia dos vossos lábios nenhuma palavra inconveniente, mas, na hora oportuna, a que for boa para a edificação, que comunique graça aos que a ouvirem." (Efésios 4:29, Bíblia de Jerusalém).

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