Descido da cruz, aquele corpo inerte, sem vida é colocado no colo de sua mãe. Maria chora a morte do filho amado, mas sabe que ele dá a sua vida em benefício de uma humanidade - já naquela época - escassa de amor e caridade. O que levou um espírito tão puro, o mais puro que já pisou sobre a Terra, a se deixar ser humilhado e morto? O que levou aquele homem humilde e que em sua humildade revolucionou a humanidade, que pregava contra o roubo, morrer como um ladrão? Uma única palavra, ou melhor, um único sentimento: o amor.
Esse amor desprovido de interesses, deu forças para Jesus enfrentar a via dolorosa, o peso da cruz, a dor das chibatadas e a perfuração dos cravos. Esse amor fez ele fazer de sua vida um Evangelho vivo.
O homem que andava com os humildes e com as minorias. O homem que andava com os "impuros" e com os "pecadores". Jesus via além das amarras de uma lei humana opressora, ensinada por sacerdotes arrogantes e orgulhosos. Sacerdotes que de tão orgulhosos, mataram o Mestre de Nazaré.
Do início ao fim de seu ministério, ao abrir sua boca, Jesus proferiu uma boa notícia aos povos. Jesus pregou um Evangelho, uma mensagem de inclusão para todos! É isso mesmo! O Evangelho de Cristo (veja bem, eu falo do Evangelho de Cristo, e não do evangelho dos homens.), é inclusivo. Se não fosse assim, porque nos diria o Mestre: "Vinde a mim todos os que estais cansados sob o peso do vosso fardo e vos darei descanso. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração, e encontrareis descanso para vossas almas, pois meu jugo é suave e meu fardo é leve." - Evangelho segundo S. Mateus 11:28-30. Bíblia de Jerusalém.
Quando Jesus dá seu último suspiro na cruz e entrega seu espírito ao Pai, no coração daqueles sacerdotes - orgulhosos e hipócritas - tudo havia sido consumado, eles haviam calado a boca do profeta de Nazaré. E com ele calado, calar seus seguidores seria fácil, pois eles temeriam ter o mesmo fim de seu Mestre. Para aqueles homens de coração endurecido pelo orgulho e pela arrogância, a mensagem do Nazareno tinha chegado ao seu fim e eles poderiam prosseguir excluindo e marginalizando aquelas pessoas, tão amadas pelo Criador.
A porta do do sepulcro foi fechada. Para muitos ali era o fim. Mal sabiam eles que o corpo físico do Senhor, havia sucumbido - como o corpo de qualquer homem de carne, osso e sangue - mas ele ressurgiria em espírito. Ele voltaria dos mortos, para nos mostrar que a morte não era o fim e voltaria dizendo para que os seus seguidores fossem por todo o Mundo e disseminassem em cada lugar que pisassem aquele Evangelho de amor e inclusão, restaurando vidas sem esperança e esmagadas e destruídas pelo preconceito e pela exclusão.
Aquele sepulcro estava fechado, mas a morte não tinha vencido! A morte não tinha calado a mensagem daquele homem, tanto não a calou, que ela vive até os nossos dias! Esperemos com grande algeria e esperança em nossos corações o retorno do meio dos 'mortos' do Mestre. Mais do que isso, interpretemos a morte do Senhor como a morte de todo tipo de amarra que nos prende ao pasado sombrio, as dores do preconceito e da exclusão, as dores das palavras mal faladas que proferiram contra nós. E esperemos que amanhã, com a volta espiritual do Mestre de Nazaré, voltemos nós também a vida! Renovados e no lugar daquela alma ferida e massacrada, ressurja uam alma limpa e viva, transbrodante do amor do Cristo e pronta para levar o Evangelho da Inclusão à todos os corações que ainda jazem na sepultura da angústia e do sofrimento!